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O casarão do industrial italiano Egidio Pinotti Gamba ficava na esquina da Avenida Paulista com o Caminho de Santo Amaro, atual Avenida Brigadeiro Luiz Antônio.
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Depois deste casarão
A residência foi erguida em 1905, apenas 14 anos depois da inauguração da Paulista, realizada no dia 8 de dezembro de 1891. Neste dia de comemoração, no local onde seria construída a residência do industrial, foi colocada uma mesa repleta de doces para servir aos participantes, como foi mostrado na obra do litógrafo Jules Martin, que registrou a solenidade de lançamento da avenida.
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O arquiteto e historiador Benedito Lima de Toledo, em seu livro Álbum Iconográfico da Avenida Paulista (Editora Ex Libris, 1987) afirma que “essa residência tirava bom partido de sua posição, com a construção de um torreão arrematado superiormente por um terraço. É desnecessário dizer que esse espaço logo se tornou um belvedere para os fotógrafos, particularmente por Guilherme Gaensly“.
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Egidio Pinotti Gamba, italiano, nascido em 1872, veio para o Brasil quando tinha 10 anos. Em São Paulo, foi polivalente, atuando em vários empreendimentos tanto no comércio como na indústria.
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O historiador Edgard Carone, conta em seu livro “A Evolução Industrial em São Paulo – 1889-1930”, da Editora Senac, que uma das últimas iniciativas do italiano foi a fabricação de tecidos de lã e algodão. Tendo sido responsável, em 1910, pela construção de um grande moinho de trigo chamado Moinhos Minetti Gamba, no bairro da Moóca. O complexo industrial media 49 mil m² e no auge de seu funcionamento, empregou cerca de mil funcionários.
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Segundo o wikipedia, Egídio Pinotti Gamba iniciou sua trajetória empresarial investindo em produtos que necessitavam de pouca injeção de capital.
Este foi inclusive um dos motivos para a escolha do bairro da Mooca para a instalação de seu negócio, já que o preço do terreno e a facilidade de transporte por ser próximo a uma ferrovia eram um atrativo para a região.
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Abaixo lindas fotos que foram publicadas em 1922 no livro “Gli italiani nel Brasile”, livro que mostrava os grandes feitos dos imigrantes italianos em São Paulo.
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A compaixão com seus compatriotas, inclusive, o ajudou a criar empatia e evoluir seus negócios. Como o bairro da Mooca possuía uma grande colônia italiana, grande parte da mão de obra dos Moinhos era feita por imigrantes vindos da Itália. Os benefícios, porém, eram recíprocos, já que Egídio Pinotti Gamba também criava ações financeiras, principalmente em sua passagem pelo cargo de tesoureiro da Societá Italiana di Beneficenza, para auxiliar imigrantes italianos com dificuldades financeiras.
A ajuda também era observada entre o alto empresariado. A presença de grandes empresários italianos na cidade de São Paulo no período de início do século XX possibilitava que este grupo criasse sua própria casa bancária para facilitar créditos para investimentos em São Paulo. Com isso, Egídio Pinotti Gamba participa da criação de dois grandes bancos de crédito da época: o Banco Commerciale Italiano di São Paulo e o Banco Italiano del Brasilie.
A parceria com empresários italianos e a evolução dos Moinhos Gamba fez Egídio Pinotti Gamba atingir um alto patamar financeiro, construindo inclusive a mansão na na Avenida Paulista.
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Gamba e a esposa realizavam várias celebrações no palacete da Avenida Paulista. Muitos deles ganhavam as páginas dos jornais e revistas da época, como o de sua filha, Dina Gamba, como podemos conferir abaixo.
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Um dos grandes parceiros de Egídio Pinotti Gamba em suas instituições bancárias era o Conde Francesco Matarazzo, famoso empresário italiano. Esta parceria fez com que Egídio Gamba alavancasse suas indústrias e entrasse em um seleto grupo de empresários italianos que prosperaram na cidade de São Paulo. Além disso, o empresário deixou um grande legado no desenvolvimento da indústria brasileira.
O empresário Gamba também foi um dos fundadores da Câmara de Comércio Italiana e esteve ligado à criação do Hospital Humberto I (mais conhecido como Hospital Matarazzo) e do Instituto Médio Ítalo-Brasiliano Dante Alighieri, hoje apenas Colégio Dante Alighieri, que fica próximo da Avenida Paulista, construído na antiga chácara Dieberger, com 19.800 m² no então parque Villon (hoje Siqueira Campos/Trianon).
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Mais recentemente, no local dos moinhos de Gamba, tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp, estava instalado o conhecido espaço de eventos denominado Moinho Santo Antônio.
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Após o fechamento do Moinho Santo Antonio em 2013, o local passou por um importante restauro e hoje abriga as Faculdades das Américas – FAM.
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Voltando à casa de Gamba na Paulista, na década de 1950, no terreno do palacete foi construído o Edifício Nações Unidas, localizado no número 620 da Avenida Paulista, no enorme quarteirão que está localizado entre Paulista, a Brigadeiro Luís Antônio e a Rua São Carlos do Pinhal. Veja a história no próximo texto.
Contribua com a Série Avenida Paulista: se tiver uma foto antiga em que este casarão/edifício/local público apareça ou se conhecer alguém que possa fornecer mais informações sobre a residência ou edifício e pessoas relacionadas (família, amigos e outros), entre em contato com a gente. Muito obrigada!
7 thoughts on “Pinotti Gamba e seu casarão na Paulista”
Sylvia
Parabéns Luciana! Estudei no Dante e montei a primeira exposição da FAM no moinho santo Antônio….Sylvia Demetrescu
sylvia@ vitrina.com.br
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Luciana Cotrim
Sylvia, querida! Que bom receber uma mensagem tua. Saudades dos tempos da PUC. Bacana saber disso, se tiver fotos da exposição popsso colocar no texto. Abraço carinhoso. Manda beijos para a Ana.
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Yvone
Que maravilha de documentário! Pena que só restaram dois “casarões” Casa das Rosas e outro puxado que até agora o governo/ prefeitura não resolvem. Parabéns
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Luciana Cotrim
Olá Yvone, muito obrigada. É uma pena mesmo, existem outros dois mas são menores e mais novos.
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Laurindo Bonilha
Conheço pouco a capital paulista, onde morei por um ano apenas, mas tudo que diz respeito a essa cidade, me interessa, particularmente sua história e pessoas que a fizeram e a fazem. Reportagem rica de informações e comentários bacanas no reencontro da autora com antiga amiga. Parabéns e obrigado.
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Luciana Cotrim
muito obrigada. Fico feliz quando recebo mensagens como a sua.
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