No lugar do casarão de Gabriela Dumont Villares está localizado no número 2.200 da Avenida Paulista, o Edifício The Central Park, de 25 andares, construído em 1970 com projeto de Sidonio Porto e Rocha Diniz.
Com um total de 92 salas, o edifício é ocupado por pequenas e médias empresas. Sudonio Porto também é responsável por outras obras emblemáticas da arquitetura brutalista paulista na Avenida Paulista, como o Edifício Oscar Americano e a agência do Banco Safra, que ficava na esquina da Alameda Campinas e foi demolida.
Com projeto do escritório de Ramos de Azevedo, em 1921, foi erguido na Avenida Paulista, número 23 o imponente casarão que foi a residência de Gabriela Dumont Villares, irmã do aviador e inventor Alberto Santos Dumont.
Segundo registros históricos, nos anos 1920, o aviador costumava se hospedar na casa de Gabriela Dumont Villares, em suas vindas à São Paulo. Naquela época, ele dividia-se entre a capital paulista, Rio, Petrópolis e Paris.
Nesta semana a Série Avenida Paulista apresenta propriedades que eram de João Dente, localizadas na esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta, onde atualmente encontra-se o edifício do Banco do Brasil.
Na Avenida Paulista, 2.295 havia um ateliê de alta costura nos anos 60, a tradicional casa de modas e peleteria, Madame Rosita. Rosa de Libman era uma uruguaia, nascida em 10 de maio de 1904 e que veio para o Brasil em 1935, acompanhando o seu marido, Sr. Max Libman.
Neste mesmo ano, inaugurou sua maison na Rua Barão de Itapetininga, primeiramente com foco nos artigos de pele, como visons, martas, raposas e zibelinas.
Madame Rosita sempre foi a primeira a lançar novidades da moda que surgia na Europa, nos importantes e badalados desfiles que apresentava no Brasil como, por exemplo, o desfile realizado no Teatro Municipal de São Paulo no ano de 1938.
Em 1942, no fechado mercado expositor internacional de peles do Canadá, Mme. Rosita escolhia as mais requintadas peles do mundo, tendo sido a primeira grife brasileira a entrar neste mercado de peles.
Madame Rosita foi uma pioneira da alta costura feminina no Brasil, seus modelos eram elegantes e muito bem-acabados e, rapidamente, conquistou uma clientela muito fiel.
Em alguns momentos, adaptava modelos de costureiros europeus para a mulher brasileira, que eram realizados com exclusividade para suas clientes. Sua oficina de costura dava trabalho a 50/60 pessoas aproximadamente.
Acima, anúncio em jornal na década de 1970, que dizia: “Mini? midi? ou maxi? Madame Rosita está aguardando suas amigas para contar-lhes todo o segredo.”, referindo-se ao comprimento das saias usadas à época.
Segundo o UOL, “quando a Barão de Itapetininga deixou de ser um ponto considerado chique na cidade de São Paulo, Madame Rosita mudou-se para a Av. Paulista, primeiramente no Conjunto Nacional e, em 1965, foi para a antiga “Peleteria Americana” situada no n. 2.295, que passou a se chamar “Madame Rosita”.
Uma casa nos moldes de “Celina”, em Paris, com tapetes orientais, cadeiras forradas de veludo, e antigos móveis”. Muito bem decorado e com ambientes que protegiam as roupas, inclusive, possuía frigorífico especial para as suas peles. As vitrinas expunham, de forma tradicional, vestidos clássicos e uma malharia que lembrava muito Chanel.
O lindo casarão foi demolido em 1993 e, em seu lugar, surgiu uma agência do Banco Unibanco; com a falência, a propriedade foi desativada. Em 2003 foi inaugurado neste endereço uma filial do Restaurante America.
Com 16 restaurantes em São Paulo, a rede foi responsável por inovar em muitos itens de seu cardápio, como por exemplo, a introdução do frozen yogurt (sorvete à base de iogurte) e as famosas onion rings, deliciosas rodelas fritas de cebola empanada. Sem falar na farofa crocante que sempre foi uma atração à parte.
Como chegar
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Hoje a Série Avenida Paulista conta a história de uma casa que pertenceu a Luigi Perroni, onde, atualmente, encontra-se o Restaurante América, perto da Rua da Consolação.
Entre esses dois momentos, o lugar também foi o endereço da famosa boutique de Madame Rosita e uma agência bancária do Unibanco. Muitas histórias para contar.
ASérie Avenida Paulista conta as histórias dos casarões e das famílias que moravam na avenida e, também, dos edifícios que foram construídos em seus lugares.
Escrita por Luciana Cotrim, a série conta a história de mais de 80 casarões do século XX e dos edifícios atuais.