
No lugar da casa de José Tomaselli encontramos no livro “Fundação Getúlio Vargas: concretização de um ideal’ que foi organizado por Maria Celina D’Araújo. Sim, ali hoje funciona a FGV, uma das maiores escolas de negócios do Brasil. Na verdade, já funcionava nos casarões.

Antes deste edifício
Na entrevista publicada com o Sr. Jorge Flores, um dos fundadores da FGV, ele comenta:
(As doações) “Têm sido quase todas feitas em dinheiro, mas também em equipamentos. Quem prometeu doar dois imóveis e acabou vendendo em vez de doar foi a família Morganti, que vendeu à Fundação duas mansões na avenida Paulista. É a tal história: enquanto Getúlio era vivo, eles queriam doar. Depois, venderam. Barato, mas venderam”.
Com a numeração atual, no lugar dos casarões foram construídas a partir de 1987 duas torres. No número 542, a Torre Jorge Flores e, no número 548, a Torre Luis Simões Lopes, em homenagem aos dois fundadores da Fundação Getúlio Vargas.
Sobre esse período o Sr. Carlos Bertero conta com ingressou na instituição:
Entrei em agosto de 1962 como instrutor de ensino e fiz a pós-graduação naqueles dois casarões da avenida Paulista, que antes de serem da Fundação pertenciam à família Morganti e depois foram demolidos para dar lugar a um prédio. Aqueles casarões foram usados pela escola de São Paulo durante muito tempo: ali funcionaram o Núcleo de Pesquisas e Publicações, a sede da RAE e a sede da associação de ex-alunos.

O primeiro edifício de 13 andares foi concluído em 1991 e abriga, no térreo, a agência bancária do Banco do Brasil, que é vista na avenida. O segundo edifício foi concluído em 1990 e abriga a Unidade Paulista, escola e consultoria da Fundação Getúlio Vargas. O site da FGV informa que
a unidade Paulista está localizada na região central de São Paulo, próximo à estação Brigadeiro do metrô. Em prédio próprio, os cursos são ministrados em 25 salas de aula, distribuídas em 7 andares. A unidade conta ainda com 1 laboratório de informática e rede wireless disponível para os alunos.

O escritório de Julio Neves foi responsável pelo projeto arquitetônico realizado em 1985. O conjunto tem área total de quase 18 mil metros e comporta 98 vagas no estacionamento.
Segundo o livro de Eloy de Souza, trata-se de uma
Interessante volumetria composta por dois paralelepípedos independentes de vidro escuro, de 13 andares cada, soltos em pilotis, sobre uma base de articulação de aparência robusta, destacam-se na solução deste projeto. A torre da direita, número 542, é de escritórios, enquanto a de número 548 pertence à área de projetos da Fundação Getúlio Vargas.

Uma curiosidade sobre o edifício número 542, a Torre Jorge Flores: lá estão sediadas várias empresas de origem japonesa, como a Kurashiki do Brasil, do ramo têxtil, a Japan Airlines e a Kawasaki do Brasil, representante da indústria de motocicletas.

Para contar essa história, tentamos reconstituir a história de 3 diferentes ocupantes do terreno que recebeu a mansão de José Tomaselli, mas sabemos que muito mais informações poderiam ser agregadas a essas biografias. Caso alguém conheça algo e queira compartilhar conosco, será muito bem recebido. E assim, vamos reconstruindo a história dos moradores e dos casarões da Avenida Paulista de antigamente e seus sucessores atuais.
Contribua com a Série Avenida Paulista: se tiver uma foto antiga em que este casarão/edifício/local público apareça ou se conhecer alguém que possa fornecer mais informações sobre a residência ou edifício e pessoas relacionadas (família, amigos e outros), entre em contato com a gente. Muito obrigada!
2 thoughts on “As torres Jorge Flores e Luis Simões na Paulista”
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