No mesmo endereço do belo casarão de linhas retas da família Correa Galvão, no número 1804 da Avenida Paulista, atualmente está a sede paulista do Banco Central do Brasil.
Pode-se dizer que agora é o oposto do que havia sido: uma casa que guardava uma vida em família, com um jardim cheio de árvores e espaços de brincar.
Atualmente, o BACEN tem um papel crucial na política econômica brasileira e toda a sua organização tem o objetivo de fornecer melhor aplicabilidade das normas e funções econômicas do país.

Antes deste edifício
A bela casa da família Correa Galvão
O terreno, ocupado por anos pela casa da família Corrêa Galvão, deu lugar ao Edifício do Banco Central do Brasil, que foi inaugurado em 1971, projeto original do arquiteto mineiro Hélio Ferreira Pinto e erguido pela Construtora Guarantã (que faliu em 1999). que foi comprada pela Construtora Kallas. O edifício lembra as sedes brasiliense e mineira do BACEN, realizadas pelo mesmo arquiteto.
Além dos escritórios, há no BACEN as agências do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal e, no andar térreo, o atendimento ao público.
Por muito tempo o edifício passou por vistorias técnicas, já que não há dispunha de acessibilidade. A partir de 2003, o Ministério Público Federal buscou, sem êxito, que fossem realizadas reformas no edifício. O objetivo era tornar o espaço, a edificação, seus equipamentos e suas instalações acessíveis às pessoas com deficiência.
Segundo o Ministério Público, o edifício do BACEN na avenida Paulista descumpriu as diversas “promessas” de atendimento às normas de acessibilidade em diversos anos e, por isso, em novembro de 2010, em uma ação civil pública foi intimado a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 1.222.844,00, que era equivalente a 0,1% do montante transferido pelo Governo Federal ao Banco Central do Brasil.

A empresa Construmag realizou a reforma que, na área externa, contou com a adequação do acesso para pessoas com mobilidade reduzida e introdução de melhorias em aspectos de circulação e segurança.
Antes da reforma, havia no andar térreo, uma área que abrigava uma seccional do Museu de Valores (a sede central fica em Brasília) que, segundo o Bacen, “tem o objetivo de preservar a memória nacional quanto aos meios de pagamento, valorizando o aspecto da expressão cultural de nosso povo e da história econômica do dinheiro”. O espaço foi inaugurado em janeiro de 1990 com uma mostra coletiva de funcionários da instituição, mas infelizmente está “temporariamente” fechado, sem previsão de reabertura.
Uma outra característica incomum relacionada a esta edificação é um fenômeno social, estritamente urbano e contemporâneo, que acontece a alguns anos nas escadarias do BACEN: a prática do skate. Depois que os executivos deixam os escritórios da Avenida Paulista, parte dela é tomada por skatistas que usam as vias e calçadas para suas manobras. As escadarias do Banco Central se tornaram o ponto de maior concentração dos praticantes do esporte. Muitos encontros são marcados lá.

As escadas do BACEN também abrigam outro fenômeno social desta nossa época, as manifestações promovidas por sindicatos e associações em prol de alguma reivindicação. Como por exemplo, em abril de 2013, cinco centrais sindicais fizeram lá um protesto contra a possível elevação da taxa básica de juros, a Selic que, naquele ano, estava em 7,25% ao ano.

Pois é, não faz muito que o tomate aumentou de preço novamente, reeditando a mensagem da faixa da imagem acima. Um prognóstico de tempos difíceis ou será que não? Melhor tudo ser preto no branco como na imagem que segue. Até a próxima.

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