No terreno ocupado pelas casas de aluguel, projetadas em estilo art nouveaux por Victor Dubugras, por encomenda de João Dente, que eram na esquina da Paulista com a Rua Augusta, encontra-se hoje o prédio do Banco do Brasil, que se chama Edifício Ansarah, na Av. Paulista, 2163.

Antes deste edifício
O edifício foi construído por Dr. Giorgio Carlos Ferraris, pela Coarq Arquitetura e Construção e foi entregue em 1976. Possui 25 pavimentos, sendo 19 andares com espaços a partir de 637 m².
Em estilo moderno, a fachada do edifício é marcada pelo uso de vidro com a marcação vertical que faz com que seja reconhecido a distância.

A iniciativa da construção do prédio foi de Camillo Ansarah, presidente da Companhia Mercantil e Agrícola São Francisco. Em ata de assembleia de datada de março de 1966, já anunciava a construção. Assim foi descrito:
SÃO PAULO, 25 DE MARÇO DE 1966
SENHORES ACIONISTAS:
TEMOS A SATISFAÇÃO DE COMUNICAR AOS SENHORES ACIONISTAS QUE A CONSTRUÇÃO DO “EDIFÍCIO ANSARAH” SITUADO NA AVENIDA PAULISTA ESQUINA COM A RUA AUGUSTA, QUE NORMALMENTE DENTRO DOS PLANOS PRE-ESTABELECIDOS.
CAMILLO ANSARAH
COMPANIA MERCANTIL E AGRÍICOLA SAO FRANCISCO
FIRMA MOVEIS BELLINGHAUSEN
No texto Memórias do Desenvolvimento, de Ana Caputo e Gloria Costa, é apresentado Camillo Ansarah, que “nasceu em 1905 no Líbano e fez seus estudos universitários na Faculdade de Direito de São Paulo, formando-se em 1931 (…)

(…) O empresário foi diretor superintendente da Federação do Comércio do Estado de São Paulo; membro-diretor do Conselho Consultivo do Banco Central de Crédito S.A. e diretor presidente da Companhia Nacional de Tecidos. Participou ativamente da Associação Comercial de São Paulo, da qual foi presidente entre 1960 e 1962. Sua atuação foi marcada pela defesa da livre iniciativa”.
Ansarah foi superintendente do Diário do Comércio, da Digesto Econômico e diretor financeiro do Centro Estadual de Abastecimento — CEASA, diretor da Duratex S/A e presidente da Fundação “Arnaldo Vieira de Carvalho”, para o ensino de Ciências Médicas e mantenedora da Santa Casa. Em 1962, recebeu o título de Cidadão Paulistano da Prefeitura de São Paulo. Foi um empresário de ponta e deixou seu nome marcado na Avenida Paulista.

Atualmente, além do Banco do Brasil, no térreo, o edifício é ocupado por escritórios e repartições públicas federais.

No 13º e 14º andares encontra-se o escritório regional da Presidência da República e, por esse motivo, o local tem sido escolhido para muitas manifestações sociais – como o Protesto do MST – Movimento dos Sem Terra, na Avenida Paulista, em defesa da Reforma Agrária realizada em dezembro de 2012.

Em fevereiro de 2017, durante 22 dias, muitos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ficaram acampados em barracas de lona na frente do prédio em protesto por moradia.

No edifício, por iniciativa do Banco do Brasil, também ocorreram várias decorações de Natal e, terminamos, com algumas imagens de alguns anos atrás.
Decoração de Natal 2008. Foto: Lucas Decoração de Natal 2010. Foto: Duga & Diana Árvore de luz interativa, Natal 2016
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