O edifício sede do MASP é um dos mais reconhecidos ícones de São Paulo. O mais famoso vão livre da cidade com seus 74 metros alicerçam um edifício de 11.000 metros quadrados, que é dividido em 5 pavimentos.
Em 1982 o prédio foi tombado pelo CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado e em 2003 pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Antes dele
Inaugurado em 1968, a sede do museu na Avenida Paulista foi projetada por Lina Bo Bardi. Foram 12 anos entre projeto e execução.
Além das maiores autoridades brasileiras da época, a inauguração do novo prédio teve a presença da Rainha Elizabeth II da Inglaterra, com uma grande participação popular em frente ao edifício.
Masp se apresenta em seu site:
O Museu de Arte de São Paulo é um museu privado sem fins lucrativos, fundado em 1947 pelo empresário e mecenas Assis Chateaubriand (1892-1968), tornando-se o primeiro museu moderno no país.
Chateaubriand convidou o crítico e marchand italiano Pietro Maria Bardi (1900-1999) para dirigir o MASP, e Lina Bo Bardi (1914-1992) para desenvolver o projeto arquitetônico e expográfico.
Mais importante acervo de arte europeia do Hemisfério Sul, hoje a coleção do MASP reúne mais de 11 mil obras, incluindo pinturas, esculturas, objetos, fotografias, vídeos e vestuário de diversos períodos, abrangendo a produção europeia, africana, asiática e das Américas.
Primeiramente instalado na rua 7 de Abril, no centro da cidade, em 1968 o museu foi transferido para a atual sede na avenida Paulista, icônico projeto de Lina Bo Bardi, que se tornou um marco na história da arquitetura do século 20.
Com base no uso do vidro e do concreto, Lina Bo Bardi concilia em sua arquitetura as superfícies ásperas e sem acabamentos com leveza, transparência e suspensão. A esplanada sob o edifício, conhecida como “vão livre”, foi pensada como uma praça para uso da população.
A radicalidade da arquiteta também se faz presente nos cavaletes de cristal, criados para expor a coleção no segundo andar do edifício. Ao retirar as obras das paredes, os cavaletes questionam o tradicional modelo de museu europeu, no qual o espectador é levado a seguir uma narrativa linear sugerida pela ordem e disposição das obras nas salas.
No espaço amplo da pinacoteca do MASP, a expografia suspensa e transparente permite ao público um convívio mais próximo com o acervo uma vez que ele pode escolher o seu percurso entre as obras, contorná-las e visualizar o seu verso.
Voltando ao edifício. Existe uma “lenda”, que foi produzida por Pietro Maria Bardi… Uma história, de certa forma “fabricada”, de que Lina tinha feito um projeto para atender uma questão imposta pelo doador do terreno à Prefeitura de São Paulo: que a vista do terreno fosse mantida para se poder ver a avenida 9 de Julho, seguindo para o centro da cidade e até a Serra da Cantareira.
Bardi publicou em um de seus livros que “o terreno havia sido doado à prefeitura por Joaquim Eugênio de Lima, idealizador e construtor da avenida Paulista, com a condição de que a vista para o centro da cidade fosse preservada, através do vale da avenida Nove de Julho” (Bardi, Pietro Maria (1992). História do MASP. São Paulo: Instituto Quadrante).
Aqui temos duas falácias inventadas por Bardi: primeiro o terreno era de propriedade de José Borges de Figueiredo, que construiu a Avenida Paulista junto com Joaquim Eugênio de Lima e, segundo, quando vendeu o terreno para a Prefeitura estabeleceu para o Prefeito Barão de Duprat a condição de que o terreno permanece como um lugar de lazer para a população.
Assim teria nascido as quatro colunas do atual museu com um vão livre de 74 metros e um dos cartões postais da cidade de São Paulo. Como todos sabem: Bardi era um manipulador que conseguia o que queria e, ainda bem, pois temos hoje o edifício-ícone do museu que representa a nossa Paulista.
As colunas originais não eram pintadas, só ganharam o vermelho em 1990 na ocasião dos 40 anos do museu, obedecendo o projeto original de Lina Bo Bardi.
O projeto concebido por Lina exigia ou uma edificação subterrânea e uma suspensa. Construído pelo engenheiro José Carlos de Figueiredo Ferraz, os blocos, um subterrâneo e outro elevado e suspenso a oito metros do piso, através de quatro colunas interligadas por duas gigantescas vigas de concreto. Sob eles, estendia-se o que foi considerado uma ousadia: o maior vão-livre do mundo à época, com extensão total de 74 metros entre os apoios, afirmando a técnica do concreto protendido no país.
Algo que compunha lindamente com o MASP, em seu contraponto, eram os espelhos d”água que existiam na calçada do outro lado da Avenida e motivaram lindas fotos.
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