Localizado ao lado do Gazeta, hoje o endereço onde se encontrava o palacete de Adam von Bülow (leia aqui) é ocupado pelo Edifício Pauliceia, construído entre 1956 e 1959 e recentemente tombado: o prédio residencial é considerado exemplo da arquitetura moderna paulista.
O projeto é dos arquitetos Jacques Pilon e Gian Carlo Gasperini e foi erguido pela Construtora Perdeneiras, com incorporação da Sul América Incorporadora. O Edifício Pauliceia possui 23 andares, é parte de um conjunto composto por dois edifícios que ocupa uma grande área com frente para as duas ruas – a Avenida Paulista e a Rua São Carlos do Pinhal.

Antes deste edifício
Palacete de Adam von Bülow
Os dois prédios que compõe o condomínio tiveram pedido de tombamento em 2004, no entanto, só foram realmente aceitos como patrimônio histórico em 2010, pela Secretaria Cultural CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico.

À época de seu tombamento, em maio de 2010, o jornal Folha de S. Paulo publicou “os prédios sintetizam características fundamentais da arquitetura moderna: fachada com pastilhas e venezianas; marquises e pilotis (tipo de coluna) no térreo, que, no projeto original, era totalmente aberto tanto para a Paulista quanto para a rua São Carlos do Pinhal.

Na página do Wikipedia, encontramos estas informações:
Com uma área de 6.000m², o espaço contempla dois edifícios, sendo torres idênticas, uma virada de costas para a outra, com uma distância de aproximadamente 30 metros entre elas. Sua arquitetura representou uma ruptura de padrões na época em que foi lançada, já que seus elementos tanto estéticos como na própria planta eram inovadores e inéditos.

As torres têm 240 apartamentos, tendo 4 tipos diferentes, distribuídas nos compridos 23 andares de cada edifício. O Edifício Pauliceia, está virado de frente para a Avenida Paulista, no número 960. Já o Edifício São Carlos do Pinhal tem sua frente virada para a rua paralela, Rua São Carlos do Pinhal, no número 345.

Além de sua contextualização histórica e social, o condomínio também foi tombado visando elementos estéticos que o compõe, tais quais os tornam únicos e inconfundíveis. O objetivo inicial do projeto, era desenvolver um condomínio de alto padrão para a elite da época, sendo assim, ambos os prédios têm a altura máxima que se era permitida para locais residenciais.
Para os deixar mais adequados ao padrão para qual foram criados, foram feitos acessos privativos para cada 2 apartamentos, além de uma passagem de circulação de serviço independente, que tem acesso direto à ampla garagem do edifício. Suas fachadas envidraçadas com venezianas, contam com revestimento de pastilha e de ladrilho português. Diante de grandes jardins geométricos, que tem dimensões raramente vistas hoje, ficam posicionadas marquises e pilotis, que carregam os nomes dos edifícios.
Segundo o professor de história da arquitetura Hugo Segawa, da FAU-USP, os dois edifícios simbolizam um período de transição: foram uns dos primeiros prédios residenciais em uma avenida Paulista ainda ocupada predominantemente por casarões. O professor diz: “Naquele momento, ele contrastava com a paisagem de casarões. Hoje, chama atenção pela discrição, mas se destaca frente aos edifícios corporativos de vidro”.

Em 2008 o tombamento voltou a ser reconsiderado, por decisão do órgão público, que aprovou o tombamento definitivo, e apenas informou à Direção Condominial da continuidade do processo. No contrato justificativo, é citado que as razões primordiais pelas quais se foi decidido aprovar o pedido são:
A importância dos projetos da arquitetura para a constituição da paisagem
A importância da “manutenção dos lugares de memória da metropolização ocorrida em São Paulo nos anos 1950”, para a melhor compreensão da atual Avenida Paulista
A qualidade do projeto arquitetônico do conjunto.
É importante ressaltar que o tombamento não atinge os apartamentos em si. O processo engloba toda as áreas comuns dos dois prédios – incluindo subsolos – além dos projetos paisagísticos originais da planta e as fachadas. As divisões internas dos apartamentos podem ser alteradas desde que não interfiram nas esquadrias dos edifícios.
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