A mansão de Constança Pereira de Carvalho foi vendida e, no atual endereço, na Avenida Paulista, 735, está o tradicional Club Homs, que ocupou o palacete em meados da década de 1940.

Um clube tradicional da colonia árabe, que realiza diversas atividades, comemorações, feiras e festas em plena Avenida Paulista.

Antes deste edifício
Em entrevista para o site Instituto Cultura Árabe, um de seus presidentes, Fuad Antacli, contou que a história do clube que replicamos aqui.
Fundada em 2 de maio de 1920, a instituição surgiu da associação de 22 jovens oriundos da cidade de Homs, na Síria, que queriam um ponto de encontro, onde pudessem se reunir para matar as saudades da terra, para jogar Taule (gamão) e dominó, para terem notícias da cidade natal por meio de cartas recebidas pelos integrantes. Geralmente as cartas daquela época contavam muitas notícias. Homs era uma cidade pequena, então sabia-se quem casou, quem morreu, quem nasceu. Entre o grupo de imigrantes também existiam aqueles que eram analfabetos e que eventualmente recebiam cartas de seus parentes e levavam para os outros lerem.

Os imigrantes fundaram o Club Homs instalando a primeira sede, em 16 metros quadrados, na Rua 25 de março, 649. No ano seguinte, em 1921, a sede foi transferida para a Rua Florêncio de Abreu número 334, com 160 metros quadrados e, depois, em 1925, mudou-se para o número 357 da mesma rua.

Antacli discorreu sobre a ida do clube para a Avenida Paulista:
…por volta de 1945, quando o clube já tinha aumentado bastante, os associados decidiram comprar uma sede maior, na Avenida Paulista. Primeiro adquiriram uma casa, e na década de 80, compraram outra ao lado e juntaram as duas. Naquela época não se tinha ideia de que a avenida se tornaria o que é hoje. Aqui era uma região boa, central.

Neste período, após terem se firmado e enriquecido no Brasil, muitas famílias de origem sírio-libanesa foram morar na Avenida Paulista, comprando casarões existentes ou construindo em terrenos ainda disponíveis. Costumamos dizer que formaram a segunda geração de moradores da Avenida.

É bem provável que esse fato também influenciou a ida do Club Homs para a Avenida Paulista. Em 1945, quando foi inaugurada a nova sede, o clube prestou uma homenagem comemorativa dos 50 anos da chegada ao Brasil de três sírios de Homs, muito conhecidos da comunidade, os Srs. Assad Abdalla, presidente de honra, Taufik Camasmie e Nagib Salem, paraninfos do clube. Todos eles residiram na Avenida Paulista, em belos casarões de arquitetura eclética, com detalhes inspirados no estilo mourisco.

Atualmente o Club Homs, recebe associados de todas as nacionalidades e, com seus 15.296 m², dispõe de uma infraestrutura para esporte e lazer de seus associados e para a realização de eventos de grandes empresas, colégios e outros.
De acordo com aquele presidente,
esses 90 anos significaram o fortalecimento do clube. “O Homs é considerado a casa do arabismo. É quase que passagem obrigatória de quem vem da Síria e até de outros países árabes, é uma referência.
O site Memo – monitor do Oriente Médio publicou essas belas fotos abaixo do interior do Homs e afirmou que:
Além das instalações sociais e de lazer, o clube mantém sua biblioteca com verdadeiras relíquias da história da imigração árabe ao Brasil, entre livros e objetos que tornam a história de Homs e daquelas famílias chegadas no início do século passado uma herança viva e presente na cultura de São Paulo e do Brasil.







Voltando ao lazer do clube: na parte superior do clube, fica a piscina e o solarium para os associados aproveitarem. Imaginem estar na piscina tomando sol em um dia de semana em plena avenida Paulista? Demais, né?

Depois da piscina, o que nos reserva para o próximo artigo? Aguardem. Tchau e até lá.
Contribua com a Série Avenida Paulista: se tiver uma foto antiga em que este casarão/edifício/local público apareça ou se conhecer alguém que possa fornecer mais informações sobre a residência ou edifício e pessoas relacionadas (família, amigos e outros), entre em contato com a gente. Muito obrigada!
5 thoughts on “Homs, o clube na Avenida Paulista”
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Gilda Duarte de Godoi
Amo as matérias que nos informam como São Paulo sempre acolheu,cuidou e deu oportunidades aos Imigrantes de outros países.Nasci em Belo Horizonte a 77 anos,mudei-me para esta amada e querida São Paulo com 16 e jamais viveria em qualquer cidade do Planeta a não ser nesta Metrópole louca,linda e maravilhosa….
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Luciana Cotrim
Gilda, obrigada pelo comentário! Também adoramos São Paulo.
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ZILDA
Sao Paulo e apaixonante e acolhedora.varias culturas dentro de um so estado.maravilhosamente linda. AMO MUITO TUDO ISSO.
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Jorge Luiz Capucci
Um amigo estava com o casamento marcado mas depois de ir em um baile no Club se deslumbrou e desistiu de casar.
Está solteiro, nunca se casou.
Conta com quase 90 anos e vai em bailes até hj .
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