Depois da história típica de imigrantes italianos, da família Mignone, entre 1980 e 1983 foi construído no mesmo terreno da casa, o edifício que hoje se chama Paulista 407. O projeto arquitetônico é do escritório Croce, Aflalo e Gasperini.
Antes deste esdíficio
Segundo o livro Arquitetura Avenida Paulista, de Edson Eloy de Souza, o edifício
tem uma configuração monolítica, englobando térreo, sobreloja e torre, abrindo em pilotis (Conjunto de colunas de sustentação) no espaço intermediário. O edifício é mais baixo que os demais do entorno, causando um certo contraste.
O tratamento exterior procurou dar mais corpo ao volume, através dos brises (anteparo para a incidência direta do sol) salientes, recuando o paramento de vidro em relação à estrutura de concreto aparente.
Presume-se que por um período o terreno tenha funcionado como estacionamento, como mostra a fotografia abaixo, para depois ser construída a Banca Commerciale Italiana,
Em 1982 inicia a obra do prédio que receberia a Banca Comerciale Italiana, como está descrito na placa da construção, com o empreendimento das empresas Intarco e Bonfiglioli.
O primeiro a ocupar o edifício foi o proprietário. Em novembro de 1983, em anúncio publicado no jornal Estadão, é divulgado a chegada da Banca Commerciale Italiana às novas instalações em São Paulo.
O texto começa com a frase
A conexão paulista dos seus negócios internacionais via Banca Commerciale Italiana tem novo endereço: Avenida Paulista 407.
O anúncio ainda descreve:
em edifício próprio, com total segurança com o moderno circuito interno de TV e um parque de estacionamento com muito conforto.
Neste período, a avenida era reconhecida pelas instituições financeiras que lá tinham suas sedes. A Paulista era a avenida dos bancos.
O prédio, quando inaugurado, portava na fachada as bandeiras do Brasil, da Itália e de São Paulo, como podemos observar na imagem acima. E muito interessante a foto debaixo tirada no fundo do prédio, com casas ao lado.
No ano seguinte à sua inaguração, o banco lançou um livro ilustrado intitulado “São Paulo 1984” e na primeira página havia um desenho do edifício.
Anos depois, quem ocupou o prédio foi a também italiana Fiat Automóveis. Pudemos identificar que de 1990 a 2004 a Fiat esteve no prédio, mas acreditamos que pode ter sido por mais tempo. Alguém saberia dizer?
Durante este período o prédio recebeu o nome das empresas que lá estavam, com a saída da Fiat, ele passou a ser chamado Paulista 407, ou seja, incorporou o seu número ao seu nome.
A Fiat manteve no prédio um espaço cultural onde realizava muitas exposições. Em 1994, promoveu a exposição “Desenhos e Gravuras” de Iberê Camargo. Foram expostas 40 obras produzidas entre 1990 e 94 e nunca mostradas antes.
Por muito tempo o prédio ficou desalugado e em deteriorização.
Atualmente, no térreo encontra-se a loja Pão de Açúcar Minuto, com mesas na calçada, que ficam lotadas nos fins de semana e ao lado a loja Torra, uma rede varejista de moda com mais de 70 lojas, em 13 estados do Brasil.
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