O antigo número 75 da Avenida Paulista virou o número 1374, neste endereço a Construtora Adolpho Lindenberg, em 1977, levantou o edifício que seria a sede do Banco Real. O projeto arquitetônico foi do arquiteto Ivan Castaldi.

Antes deste edifício
O edifício, que está em um terreno com mais de 7 mil metros quadrados, conta com 12 andares, além de cinco subsolos, o térreo, dois mezaninos e uma cobertura com heliponto. O imóvel ficou bastante conhecido dos paulistanos por causa de suas decorações natalinas. O Banco Real foi um dos primeiros a investir nisso.

Dentre muitas curiosidades da Av. Paulista, uma delas é o conjunto de sinos na fachada do edifício. De tamanhos diferentes, eles foram trazidos da Europa pelo antigo proprietário do Banco Real, o Dr. Aloísio Faria. Na época, foi feito uma parceria com a Prefeitura de São Paulo para que os sinos tocassem, comandados por meio de uma espécie de órgão, duas vezes ao dia. Com o passar do tempo, a manutenção ficou cara e complexa, e os vizinhos começaram a reclamar do som alto, o que interrompeu as badaladas dos mais de 30 sinos.

Em julho de 1998 o ABN AMRO BANK comprou o Banco Real de seu antigo controlador, o Sr. Aloísio de Faria. A instituição financeira foi uma das pioneiras em campanhas de sustentabilidade e educação. No hall de entrada da sede na Paulista havia diversas exposições e atividades culturais e, nos fim de ano a fachada recebia a famosa decoração de Natal e muitas atividades natalinas, que eram muito esperadas e apreciadas.



Em 2002, por meio da mobilização de funcionários do Banco e da comunidade do entorno, foi estruturado um projeto de revitalização do calçadão da Alameda Rio Claro, que foi fechado para o trânsito, constituindo uma quadra de área de lazer, com cafeteria e floricultura, sendo batizada de Alameda das Flores. Parte da renda gerada pelos estabelecimentos era revertida para o Projeto Escola Brasil.
Nos finais de semana, a Alameda das Flores sempre foi palco de atividades culturais e de cunho social, em parceria com ONGs (Organizações não-governamentais) e com o poder público.

Em 2007, o ABN AMRO foi vendido para o consórcio formado pelo Royal Bank of Scotland, pelo espanhol Santander e pelo belgo-holandês Fortis. No Brasil, o Banco Santander assumiu o Real. A fusão entre os bancos foi autorizada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) em julho de 2008.
Em 2010, a instituição financeira vendeu o imóvel para a empresa de gestão de investimentos imobiliários Brazilian Capital, por cerca de R$ 250 milhões, companhia que pertence ao grupo Brazilian Finance & Real State. Com isso, o nome do edifício mudou para Brazilian Financial Center.

Em 2015, deu-se início a um processo de retrofit no prédio, com projeto arquitetônico do escritório de arquitetura e design RoccoVidal e Perkins+Will.
Segundo Douglas Tolaine, diretor de Design do Perkins + Will, “com o processo de retrofit é possível proporcionar um novo ciclo de vida de mais 40 anos” ao imóvel. O designer ainda explica que existem vários níveis de retrofit e que as adequações mais comuns são: a renovação dos sistemas de condicionamento de ambientes, a substituição de sistemas de iluminação e insolação, adaptações de acessibilidade, modificações e renovação nos sistemas de segurança e controle de acesso.
O projeto era bonito. Você não acha?


Em 2017, surgiu no endereço a Estação Hack, um centro de inovação criado pelo Facebook o primeiro criado no mundo. Projetada para o público brasileiro, segundo a empresa, a iniciativa visa promover a formação em tecnologia, capacitar empreendedores e acelerar startups de impacto social.
No início de 2020, o prédio recebeu com grande expectativa a inauguração da CNN Brasil, empresa de notícias Internacional, que ocupou os mezaninos do prédio espelhado, espaço que ficou conhecido pelos jornalistas como o ‘aquário’ da CNN.

Para terminar e retomando a antiga fachada, eu pergunto: será que valeu a pena perder os icônicos e emblemáticos arcos da Avenida Paulista? Será que não poderíamos mantê-los mesmo com o necessário retrofit?? Acredito que seja mais um patrimônio que se foi para a vinda de mais um, que não tem nada de novo, sendo apenas mais um prédio espelhado.
Tchau, arcos, tchau.

5 thoughts on “O antigo prédio do Banco Real, hoje Brazilian Financial Center”
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Kaka
Esta fotografia com vista aérea do prédio do Banco Real, ao meu ver, foi na época da construção da Linha 2 Verde do Metrô, no inicio da década de 90.
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Asenildo Aquino
Como bem citou Lulu Santos em uma das suas cancoes: “nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa tudo sempre passará. Á vida vem em ondas como o mar, num indo e vindo infinito”
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Sergio
O antigo prédio rodeado de arcos era muito bonito e imponente. Agora com esse novo design ficou inexpressivo. É como colocar uma caixa de fósforos deitada e uma outra em pé. Ficou sem graça!
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Luciana Cotrim
Concordamos plenamente!
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