No terreno da casa que pertenceu ao escocês Tomas Muir e à família a Schahin foi construído a Torre João Salem, inaugurada em dezembro de 2008, no número 1.079 da Avenida Paulista. Com sua arquitetura imponente, o projeto é do arquiteto Jorge Munif Abussamra e a construção da empresa Gattaz Engenharia.
A primeira curiosidade que se apresentou era se esse Sr. João Salem tinha alguma relação com a família de Nagib Salem, que também tinha um palacete na Avenida Paulista. (Se quiser conhecer a história clique aqui).
Antes deste edifício
A mansão de Thomas Muir e, depois, da família Schahin
Carlos Eduardo, que nos forneceu as informações sobre a família Salem, comentou que o João Salem de sua família era tio de seu pai, irmão de seu avô Nagib Salem e, mas que ele provavelmente não era pai de William Salem, prefeito de São Paulo de janeiro a julho de 1955.
Então quem seria esse João que batiza o prédio?
Bingo! Descobrimos que o João Salem não era sírio, era libanês e não tinha nenhum parentesco com a família de Nagib Salem. De fato, William Salem que foi prefeito de São Paulo, era filho de João Salem, mas trata-se de outra família, que era originária do Líbano, sem nenhum vínculo com a família de Nagib Salem.
E mais um fato que liga duas famílias da Avenida Paulista: William foi casado com Dona Haydée Jabra, filha de Josephina Abdalla Jabra. Por sua vez, Josephina era filha de Assad Abdalla, que era primo-irmão de Nagib Salem ( a história dos Abdalla pode ser lida aqui).
Depois do contato com a família Schahin descobrimos que a mansão da Avenida Paulista foi demolida em meados dos anos 1980 e que o terreno foi vendido em 2004 justamente para o ex-Prefeito de São Paulo, William Salem. Ele era filho de João Salem e comprou o imóvel e incorporou o atual prédio ao imóvel, através da construtora de seu genro, Milton Gattaz.
O edifício comercial chama a atenção pelo estilo dado à fachada, em granito “branco Ceará” polido, de longa vida útil com vidro laminado. A transição da forma destaca o edifício na passagem da Avenida Paulista, intercalando revestimento de granito branco com a fachada no sistema GRID.
Heloisa Medeiros, na revista Finestra, na Edição 57, descreve o edifício:
Os dez andares inferiores formam uma caixa retangular assimétrica, marcada por grelhas escalonadas e revestidas com granito branco, que dialogam com a fachada similar do edifício do Citibank, situado do lado direito do terreno.
Sete andares dúplex, com fachada pele de vidro (sistema stick), deslocam-se para a esquerda. Essa torção em relação à caixa aproveita a vista livre, já que desse lado a construção vizinha, do banco Safra (já demolida), tem apenas dois andares. Assim, a complexa composição mescla grelhas e uma zona em pele de vidro na porção inferior do prédio à cortina de vidro contínua da parte superior.
O prédio conta com persianas com sistema de proteção solar inteligente que reduzem o gasto de energia elétrica, assim como a entrada de calor, controlando o excesso de luminosidade. Instalado com sistema de caixa Pocket, cujos mecanismos de acionamento são instalados dentro de uma caixa de alumínio, fixada no concreto durante a obra, antes do fechamento do forro. Um prédio moderno e sustentável.
O que vocês preferem? O casarão ou o edifício atual? Poderíamos ter a possibilidade de ter os dois, não é mesmo? Nos resta tentar recuperar o passado, para não se perder a nossa a história, viver o presente e, também, olhar para o futuro, com os edifícios inteligentes e um belo jardim.
Contribua com a Série Avenida Paulista: se tiver uma foto antiga em que este casarão/edifício/local público apareça ou se conhecer alguém que possa fornecer mais informações sobre a residência ou edifício e pessoas relacionadas (família, amigos e outros), entre em contato com a gente. Muito obrigada!
2 thoughts on “Torre João Salem: os sírio-libaneses continuam nos edifícios da Paulista”
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