As três casas de Andrea Matarazzo viraram edifícios da Avenida Paulista.
Uma delas se tornou o Edifício Mário Wallace Simonsen Cochrane, no atual número 1439 d avenida. Construído em concreto natural, com projeto de Carlos Bratke, foi entregue em 1974. Com 18 andares, o destaque da fachada são os 2 pares de pilares que se estendem verticalmente por toda a altura do edifício.

Antes dos edifícios
Com um projeto de arquitetura brutalista, típico da época, o prédio sofreu com desgastes até passar por reforma em 2013, as colunas foram abertas para tratar os vergalhões de aço que compõem a armadura do concreto.

Mário Wallace Simonsen Cochrane, que dá nome ao edifício, foi um dos proprietários do Banco Noroeste do Estado de São Paulo. O banco fazia parte de um conglomerado que incluía a Panair (companhia aérea), a Comal (maior exportadora de café do Brasil à época), Biscoitos Aymoré, Editora Melhoramentos e a extinta TV Excelsior, entre outras empresas. O empresário tinha notoriedade pública como defensor da democracia e lutou abertamente contra o regime militar. Todas as suas empresas foram fechadas pelos militares, com exceção do Banco Noroeste, que foi passado para o seu primo Léo Cochrane. Em 1998 o banco foi vendido para o Santander.
No Jornal da Record de 01/04/2014 foi apresentada a matéria “Golpe de 64: reportagem mostra empresário que perdeu tudo por ajudar João Goulart”, conta a vida deste grande empresário. Vale conferir o vídeo.
A segunda casa de Andrea Matarazzo transformou-se no Edifício Barão de Christina, no número atual 1471. O prédio foi construído em 1977, com projeto arquitetônico de Roberto Sister, possui 19 andares. O edifício chamou à atenção por suas pastilhas coloridas na fachada. Atualmente tem 304 escritórios ocupados por pequenas e médias empresas.

O nome homenageia Francisco Ribeiro Junqueira, que foi o Barão de Christina, o 11º filho de Antonio José Ribeiro de Carvalho e de Helena Nicésia de Andrade Junqueira, filha dos Barões de Alfenas, Gabriel Francisco Junqueira e Ignácia Constança de Andrade. A família Junqueira, oriunda de Minas Gerais, teve casa na avenida Paulista também.
O terceiro edifício, no número 1499, ocupou o lugar da casa do lado do Parque Trianon, na esquina da Alameda Casa Branca, e leva o nome de Edifício Conde Andrea Matarazzo (leia sobre a casa dele neste link). O prédio, projetado por Roger Zmekhol, ocupa o quarteirão inteiro, com frente também para Alameda Santos, 1518 e Alameda Casa Branca, 37. Com um total de 252 salas, o edifício é ocupado por pequenas e médias empresas.

A estrutura do edifício é em concreto armado com utilização de aços de alta resistência, revestidos externamente com granilite, com vidros em cristal fumê bronze, sendo o padrão visual arquitetônico do projeto de Roger Zmekhol. As paredes dos halls e dos andares são de mármore tipo travertino. A construção foi concluída em 1975.
No hall do prédio tem um busto em bronze com pedestal em granito, homenageia o Conde Andrea Matarazzo. Curiosa que a obra de autoria de F. Busacca, combina em cor, material e luminosidade do edifício.

Uma outra curiosidade: há uma passagem de emergência ligando o último andar do Edifício Barão de Christina ao 17º andar do Edifício Conde Andrea Matarazzo, que foi construída por conta dos muito incêndios que ocorreram na Avenida Paulista neste período.

Finalizamos com o desenho geométrico dos edifícios Mário Wallace Simonsen Cochrane e, do seu lado direito, o Barão de Christina. Uma imagem típica da Avenida Paulista atual, com seus edifícios grudados e ladeados uns aos outros, com acesso direto pela avenida.
Essa é uma fotografia de parte dos prédios da avenida construídos nos anos 1970.

Contribua com a Série Avenida Paulista: se tiver uma foto antiga em que este casarão/edifício/local público apareça ou se conhecer alguém que possa fornecer mais informações sobre a residência ou edifício e pessoas relacionadas (família, amigos e outros), entre em contato com a gente. Muito obrigada!
2 thoughts on “Os edifícios que estão no lugar das casas dos Matarazzo”
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Rossana
também existe uma passarela de emergência entre o edifício mário wallace simonsen cochrane e o barão de cristina na cobertura do mário wallace.
aliás, a passarela entre o barão de cristina e o andrea matarazzo não é no último andar do barão de cristina.
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